terça-feira, 4 de maio de 2010

Fake Me - Capítulo Quatro

Posted by: Mari
Date: terça-feira, 04/05/2010
Playing Now: Deciever - Stream of Passion (tradução)

Quando alguém desconfia que você é um fake, você deve agir com naturalidade. Não fique procurando provar o contrario. Deve dar a impressão de que provar que você é real é um completo absurdo. Mantenha a calma, assuma o controle. É uma ofensa que não confiem em você. Alias, você se magoa profundamente com isso. Assim, joga a responsabilidade para o outro: ele está te ferindo.

Eu raramente tenho que usar esses recursos, porque foram poucas as vezes em que me questionaram. Mas dessa vez eu perdi o controle completamente.

Hoje faz exatamente uma semana desde que Victor me deixou louca. Desde aquele dia, o tempo foi passando e eu esperei para ver o que aconteceria. Ele contaria a alguém? Me exporia publicamente? Formaria um grupo de pessoas que saberiam a verdade e me atingiriam disfarçadamente? Me chantagearia? Era difícil prever, ainda mais se tratando da pessoa que nunca esconde nada de ninguém.

Dia após dia eu o observava, mas ele parecia não se importar comigo. Ao contrario de quando me olhou fixamente durante meu discurso, ele agora me ignorava como sempre ignorou. Parecia que nada havia acontecido, que foi impressão minha, que eu tinha exagerado. De fato, quando contei a história para a Aline, exagerei tanto que já cogitava a hipótese de ter misturado em minha mente os fatos com minhas mentiras. Será? Estou confundindo as coisas? Pensei o quanto eu repito as mentiras para mim mesma até que me pareça verdade para contar aos outros com mais convicção. O que aconteceria se eu realmente começasse a acreditar em algumas mentiras que crio?

Quando me dei conta, estava falando essas coisas sozinha, no banheiro da faculdade. Senti meu corpo completamente tenso.

“Se alguém ouviu, estou arruinada”, pensei. Olhei para os lados. Não havia ninguém. Verifiquei os toaletes um por um. Respirei aliviada. Lavei o rosto e percebi que estava suando. “Está muito quente”, menti para mim mesma. Dessa vez, não acreditei.

Saí do banheiro com naturalidade; com dificuldade de manter a elegância dos passos da minha personagem, mas pude manter o sorriso no rosto e cumprimentar as colegas de classe que se dirigiam à sala de Filosofia de Direito. Elas estavam empolgadas e me perguntavam sobre a votação para representante da nossa turma. Eu havia esquecido: era o dia de votar.

Só então me dei conta de que eu não sabia com quem eu concorria. Meu desespero no dia do discurso foi tão grande que não prestei atenção em quem foi indicado depois de mim e não me preocupei em saber. Estava tão apreensiva que me esqueci de todo o resto. Como pude ser tão descuidada? Não cuidei da minha campanha e nem sabia com quem estava concorrendo. Em um instante, perdi as esperanças.

Ao entrarmos todos na sala, o professor responsável pela turma nos apresentou um representante da reitoria e um coordenador, que fariam a apuração dos votos.

“Hoje voces escolherão o representante da turma de direito de 2010 da UniNove”, disse o professor. “Voces tiveram uma semana para conhecer melhor os candidatos e, estes, para apresentar suas idéias. Escolham sabiamente quem melhor pode representá-los. Distribuirei as cédulas. Lembrem-se, o voto é secreto. Preencham, dobrem na linha pontilhada e entreguem a estes dois que passarão por vocês recolhendo os votos”.

Me senti um pouco estranha. Era como se tivesse sido jogada dentro de uma peça de teatro sem saber o papel que deveria interpretar. Quanto a isso, sem problemas, sempre fui boa em improviso. O que me preocupava era Victor. Se ele planejava me expor em algum momento, seria aquele. Com certeza deixou passar os dias para me tranqüilizar e baixar a guarda, mas preparava para me desmascarar no momento da votação. Nada seria mais humilhante. “Não votem nela. Ela mentiu para todos. Não percebem? Basta olhar em seus olhos”, ele diria.

Fiz um grande esforço para não olhar para ele, mas não pude evitar. Olhei de relance e o vi debruçado sobre a mesa, como se estivesse dormindo. O aluno sentado à sua frente o cutucou, passou as cédulas para ele. Pegou uma e passou as demais para o de trás. Rabiscou relapsamente e dobrou. Entao vi que minha colega da frente esperava que eu pegasse as cédulas da mão dela. Peguei a minha e passei as demais. Olhei para o papel procurando os nomes dos candidatos. Era tão previsível que sorri de leve.

“Voces deverão escolher entre Mariane, Claudio e Laura”, disse o professor.

Bem, meu irmão acaba de me ligar pedindo para ir busca-lo na escola. Como suspeitei, ele está passando por problemas com algum aluno. Preciso resolver. Depois termino de contar sobre a votação.

Fim do Capítulo 4


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5 comentários:

Naty disse...

aah..quem sabe um dia eu tente escrever para mais alguém..uma fic talvez..não sei,rs..vc escreve fics? aah..sobre o layout..acho o seu legal..mas, se vc quiser deixa-lo mais femininos..eu nçao sei fazer lay..mas aqui tem uns bem legais (http://evelyns-place.com/blog/) e vc pode encomendar também :)..sobre o seu post, nossa..gostei..mas,é uma história inventada ou isso realmente está acontecendo com você? fiquei confusa rs. mas..vc escreve muito bem! :) me deu vontade de ler a continuação.. saber o porque o Vitor te achava fake rs. bjs!

PsychoPris disse...

Se vc escrever, me avisa. Eu não escrevo fics, pois adoro criar personagens. As vezes dá vontade de fazer fic sobre séries interrompidas, como Joan of Arcadia, que eu adoro e foi cancelada. Mas não tenho tempo :(
Que bom que gostou da historia. Será que é fictícia ou não? kkkk nunca imaginei q ia surgir essa duvida xD

Anônimo disse...

Esse seu irmão é plobemático hein? ah tri, aquelas que falam com o personagem da historia..

Kiki disse...

agora que descobri como coloca nome,hihih, então estou curiosas com os novos caps

Naty disse...

tem um joguinho de perguntas pra vc e um selinho de presente..no meu blog..pela la ;)

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